A equipe do OFICINAS BH está nas ruas de Belo Horizonte visitando oficinas mecânicas e acompanhando de perto os principais problemas enfrentados pelos motoristas da capital.

Nosso objetivo é claro: entender o que está acontecendo com os veículos, ouvir quem vive a rotina da oficina e compartilhar informações relevantes para ajudar você, motorista, a evitar dores de cabeça — e prejuízos.

Durante nossas visitas, identificamos três perfis principais de falhas:

1. Falhas crônicas dos próprios veículos

Alguns problemas se repetem com tanta frequência que já são considerados falhas crônicas de projeto ou de componentes. Um exemplo muito comum é o do Chevrolet Onix, cujo ar-condicionado simplesmente para de gelar.

O motivo? A válvula de expansão trava, comprometendo todo o sistema. Trata-se de uma falha recorrente da peça, que merece atenção especial nas revisões, especialmente em dias mais quentes.

2. Problemas causados por manutenção inadequada combinada com sistemas sensíveis

Com a evolução dos motores, muitos componentes passaram a exigir manutenções mais técnicas e criteriosas. Um bom exemplo é o dos motores 3 cilindros com correia dentada banhada em óleo. Em vários casos, essa correia sofre rompimento precoce por uso de óleo inadequado, falta de troca no tempo certo ou negligência nos cuidados preventivos.

Outro caso sério é o dos veículos Jeep, como Renegade e Compass, além da Fiat Toro, que apresentam rompimento no trocador de calor. Essa falha pode levar à mistura do fluido da transmissão com o líquido do arrefecimento, gerando superaquecimento e problemas graves no câmbio. Embora o sistema seja sensível, com uma manutenção preventiva adequada, esse problema pode ser evitado.

3. Erros de manutenção: quando a falha está na própria oficina

Por fim, há situações em que o defeito não vem do carro, nem do dono, mas sim da execução da manutenção. Isso é comum, por exemplo, na Volkswagen Amarok, uma picape robusta, mas que exige procedimentos específicos.

A Amarok e o Problema Crônico no Sistema de Injeção: Quando o Erro Está na Oficina

Durante nossas visitas às oficinas de Belo Horizonte, nos deparamos com uma situação preocupante envolvendo a Volkswagen Amarok, principalmente os modelos equipados com o motor 2.0 biturbo diesel (BiTDI), que utiliza sistema de injeção Common Rail e bomba de alta pressão.

Embora seja uma picape robusta, projetada para entregar força e desempenho, ela tem se tornado presença constante nas oficinas por um motivo que poderia ser evitado: falha no sistema de injeção causada por erro na troca do filtro de combustível.

🚫 O erro mais comum: trocar o filtro e dar partida

Ao substituir o filtro de combustível, muitos profissionais ignoram uma etapa crítica do procedimento: a retirada do ar do sistema.

No sistema Common Rail da Amarok, isso é extremamente arriscado. Diferente de carros mais simples, em que o ar acaba sendo purgado automaticamente com o funcionamento do motor, a Amarok exige um procedimento técnico específico para garantir que todo o sistema seja reabastecido com combustível antes de funcionar novamente.

🛠️ O que acontece quando o ar permanece no sistema:

• A bomba de alta pressão trabalha sem combustível, o que significa que ela está funcionando a seco, sem lubrificação.
• Isso gera desgaste prematuro nas engrenagens internas da bomba, que são componentes de alta precisão e fabricados com tolerâncias mínimas.
• Com o atrito, surge a formação de limalhas metálicas, que são partículas finas de metal que se espalham por todo o sistema de injeção.
• Essas limalhas entopem ou danificam os bicos injetores, causando falhas no funcionamento, perda de potência, fumaça branca, e consumo excessivo.
• O combustível contaminado retorna para o tanque, levando a sujeira e partículas para todo o circuito novamente, fechando um ciclo de contaminação.
• Resultado: todo o sistema de injeção pode precisar ser trocado, incluindo bomba de alta, bicos injetores, trilho comum (rail) e até a limpeza completa do tanque.

💸 Um erro que custa caro

Um simples descuido como esse pode gerar um prejuízo de R$ 10 mil a R$ 15 mil reais ou mais, dependendo da extensão dos danos. E o pior: o proprietário do veículo nem sempre entende o que aconteceu — afinal, a caminhonete estava funcionando bem até a troca do filtro.

✅ O Procedimento Correto: Segurança em Etapas

Para evitar esse tipo de falha catastrófica, a manutenção da Amarok deve ser realizada com base nos seguintes passos técnicos:

1. Substituição do filtro de combustível com o motor desligado e em ambiente limpo.
2. Preenchimento manual do novo filtro com diesel limpo, ou uso de ferramenta para puxar o combustível diretamente do tanque.
3. Utilização de um scanner automotivo específico para acionar o sistema de pré-carga das bombas, forçando a recirculação do diesel por todo o sistema, expulsando o ar antes da partida.
4. Verificação da pressão de combustível pelo scanner antes de ligar o motor — só se dá partida com a pressão estabilizada.
5. Revisão do tanque e limpeza do sistema, caso haja suspeita de contaminação ou combustível de má qualidade.

🔧 Oficinas capacitadas fazem diferença

Oficinas que trabalham com o procedimento correto garantem:

• Vida útil longa para o sistema de injeção
• Melhor desempenho e economia de combustível
• Menor risco de falhas graves
• Confiança para o cliente voltar à estrada com segurança

Tabela Comparativa: Erros e Consequências na Troca do Filtro de Combustível da Amarok

❓ FAQ – Troca do Filtro de Combustível da Amarok e o Sistema de Injeção

1. Por que a Amarok exige cuidados especiais na troca do filtro de combustível?

A Amarok possui um sistema de injeção Common Rail de alta pressão, que não tolera ar dentro do sistema. Se a troca do filtro for feita sem purgar corretamente, a bomba de alta pressão pode funcionar seca, causando desgaste e falhas graves.

2. O que acontece se eu trocar o filtro e não retirar o ar do sistema?

A bomba de alta pressão pode sofrer desgaste prematuro por falta de lubrificação. Isso pode gerar limalhas metálicas que danificam os bicos injetores e contaminam todo o sistema de injeção, incluindo o tanque de combustível.

3. É necessário utilizar scanner para sangrar o sistema?

Sim. O scanner é essencial para acionar as bombas de pré-carga e permitir que o combustível circule corretamente antes da primeira partida, expulsando o ar do sistema.

4. Posso apenas abastecer o novo filtro com diesel e ligar o motor?

Não é o recomendado. Mesmo com o filtro abastecido manualmente, o ar pode continuar presente nas linhas de combustível e no trilho comum. O uso do scanner garante uma purga completa e segura.

5. Qual é o risco de não seguir o procedimento correto?

Você pode causar danos irreversíveis à bomba de alta pressão e aos bicos injetores, além de precisar esvaziar e limpar todo o sistema de combustível. Os custos podem ultrapassar R$ 10 mil.

6. Filtros de combustível paralelos são confiáveis?

Geralmente, não. Filtros paralelos podem ter menor capacidade de retenção de partículas e não seguir as especificações exatas de vazão e vedação, comprometendo todo o sistema.

7. Com que frequência devo trocar o filtro de combustível da Amarok?

O ideal é seguir as recomendações do fabricante, que em geral indicam a troca a cada 20.000 km, podendo variar conforme o tipo de uso e qualidade do combustível utilizado.

8. Como saber se o sistema de injeção está contaminado?

Os sintomas incluem dificuldade na partida, falhas na aceleração, perda de potência, fumaça branca e acionamento da luz de injeção no painel. O diagnóstico deve ser feito com scanner e análise de retorno dos bicos.

9. É possível recuperar bomba e bicos danificados por esse erro?

Em alguns casos, sim, mas na maioria das vezes a contaminação por limalhas obriga a substituição das peças. O reparo parcial pode não ser confiável a longo prazo.

10. Como escolher uma oficina confiável para esse serviço?

Procure por oficinas especializadas em veículos diesel, com experiência em Amarok e acesso a scanners automotivos atualizados. Verifique também se os profissionais seguem os procedimentos técnicos indicados pela montadora.

Volkswagen Amarok exige manutenção adequada

A Amarok é um excelente veículo, mas como todo carro moderno, requer cuidados específicos. Neste caso, o problema não está no projeto do carro, mas sim na falta de atenção de algumas oficinas aos procedimentos técnicos exigidos pelo fabricante.

Se você possui uma Amarok ou qualquer outro veículo com sistema Common Rail, exija sempre que a manutenção seja feita com os equipamentos adequados e por profissionais que conhecem o processo completo.

Em caso de dúvidas ou mais informações sobre a manutenção adequada da Volkswagen Amarok:

OFICINA MOTORAUTOS

Endereço: Rua Jaguarão, 76 – Bairro Bonfim, Belo Horizonte – MG

Telefone: (031) 3646-5501

WhatsApp: (031) 98684-2245

Funcionamento: Segunda à Sexta: 08hs – 18hs