Problema crônico no câmbio automático A6MF de 6 marchas dos veículos Hyundai e Kia
A transmissão automática A6MF de 6 marchas, desenvolvida pela Hyundai Powertech e utilizada em ampla escala pela Hyundai e pela Kia, equipa diversos modelos das duas montadoras produzidos entre os anos de 2012 e 2020.
Embora tenha sido projetada para oferecer desempenho suave e durabilidade, muitos proprietários e oficinas têm relatado problemas recorrentes, que incluem trancos nas trocas de marcha, falhas no engate, travamentos repentinos e desgaste prematuro de componentes internos da transmissão.
Trancos, travamentos e falhas graves na transmissão
Este artigo técnico foi elaborado com base em diagnósticos práticos realizados em oficinas especializadas e tem como objetivo esclarecer os principais defeitos dessa transmissão automática, os sintomas mais comuns, as causas mecânicas e estruturais, e as melhores práticas para prevenção e reparo.
Modelos Hyundai e Kia equipados com a transmissão A6MF
A transmissão A6MF é uma caixa automática de 6 velocidades, do tipo automática convencional com conversor de torque, que foi aplicada nos seguintes modelos:
Hyundai
Santa Fe
Veloster
Tucson
ix35
Veracruz
Creta (versões com motor 2.0, até 2020)
Kia
Sportage
Sorento
Cerato
Esses veículos, geralmente com motorização entre 2.0 e 3.5 litros, utilizam a A6MF por sua capacidade de lidar com torque moderado e proporcionar conforto na condução. No entanto, o desgaste de certos componentes e falhas estruturais de projeto acabaram tornando essa transmissão alvo de reclamações e retrabalho por parte de oficinas especializadas.
Sintomas típicos de problemas na transmissão A6MF
Os sinais de que há falhas na caixa automática A6MF podem variar conforme o grau de comprometimento dos componentes internos. Os principais sintomas relatados pelos motoristas são:
Trancos nas trocas de marcha, especialmente em 1ª e 2ª
Travamento da alavanca ou do próprio câmbio em determinadas posições (geralmente em “P” ou “R”)
Dificuldade de engatar a marcha ré ou o modo “D” (drive)
Atraso ou hesitação nas mudanças de marcha
Ruídos metálicos vindos da parte inferior do veículo
Acendimento da luz de avaria da transmissão no painel
Vazamento de fluido ATF na parte dianteira do motor
Defeitos técnicos recorrentes na transmissão A6MF
1. Vazamento de fluido ATF pela bomba de óleo do conversor
Um dos problemas mais relatados é o vazamento de fluido da transmissão automática (ATF), causado por falha no retentor da bomba de óleo do conversor de torque. Este retentor, ao perder a vedação, permite que o fluido escape pela junção frontal da transmissão.
🔍 Diagnóstico prático: Ao desmontar a transmissão, é comum encontrar desgaste acentuado também na bucha da bomba de óleo. Em muitos casos, oficinas menos experientes optam por trocar apenas a bucha, o que representa uma solução temporária e paliativa.
✅ Solução recomendada: A substituição completa da bomba de óleo garante maior confiabilidade e evita que o problema reapareça após pouco tempo de uso. A bomba nova já vem com as tolerâncias corretas e retentores de vedação renovados.
2. Parafuso afrouxando na placa de fixação interna e quebra do tambor de aplicação de marcha
Outro defeito grave e crônico na A6MF está na placa de fixação do tambor de aplicação de marcha. De fábrica, o parafuso de fixação muitas vezes recebe um torque inadequado. Com o uso do veículo e as vibrações do conjunto motor-câmbio, esse parafuso tende a se afrouxar.
A placa perde rigidez estrutural
O tambor de aplicação se desloca ou quebra
Há ruptura de componentes internos
Danos se estendem ao corpo de válvulas, atuadores e planetárias
Esse defeito geralmente exige reparo completo da transmissão automática, com substituição de peças internas e realinhamento do sistema hidráulico e eletrônico.
🔧 Dica técnica para oficinas: Sempre que for aberta uma transmissão A6MF, recomenda-se revisar o torque de todos os parafusos internos, aplicar trava química nos pontos críticos e substituir componentes que apresentem folga mínima.
Consequências de negligenciar os sintomas
Rodar com a transmissão automática apresentando sinais de defeito pode agravar severamente a situação e aumentar o custo de reparo. Os principais riscos são:
Contaminação do fluido ATF com limalha metálica
Danos irreversíveis no conversor de torque
Quebra do tambor de aplicação e engrenagens planetárias
Falhas em sensores de rotação, solenoides e corpo de válvulas
Desgaste prematuro dos discos de fricção e embreagens internas
Veículos com esses danos podem exigir não apenas a retífica, mas até mesmo a substituição completa da transmissão por uma unidade remanufaturada.
Prevenção e boas práticas de manutenção
Embora algumas falhas estejam ligadas ao projeto original da transmissão, é possível reduzir os riscos com manutenção preventiva e cuidados no uso:
✅ Trocar o fluido da transmissão a cada 50.000 km, ou conforme a severidade de uso
✅ Evitar sobrecarga do veículo, principalmente em subidas com peso excessivo
✅ Não rebocar outros veículos ou trailers frequentemente
✅ Inspecionar periodicamente o nível e o estado do fluido ATF
✅ Utilizar somente fluido especificado pela montadora (SP-IV ATF ou equivalente)
✅ Solicitar leitura por scanner automotivo se houver qualquer sintoma anormal
Tabela comparativa dos principais problemas na transmissão A6MF dos veículos Hyundai e Kia
Sintoma Apresentado
Causa Provável
Solução Recomendada
Trancos nas trocas de marcha
Desgaste em embreagens internas e válvulas hidráulicas
Revisão completa do câmbio e troca de discos de fricção
Travamento da transmissão
Quebra do tambor de aplicação de marcha
Substituição do tambor e fixação adequada da placa
Dificuldade para engatar a ré
Problemas no corpo de válvulas ou solenoides
Limpeza ou substituição do corpo de válvulas e sensor TR
Vazamento de fluido ATF
Retentor da bomba de óleo ressecado ou bucha desgastada
Substituição da bomba de óleo completa
Atraso nas trocas de marcha
Fluido ATF contaminado ou de baixa qualidade
Troca completa do fluido com o tipo correto (SP-IV ATF)
Vibrações ao trocar de marcha
Parafusos internos afrouxados por torque inadequado
Reaperto com torque correto e uso de trava química
Ruído metálico na transmissão
Folga excessiva ou quebra de engrenagens internas
Desmontagem e substituição de engrenagens danificadas
Câmbio entra em modo emergência
Falha eletrônica em sensor ou corpo de válvulas
Diagnóstico via scanner e substituição do componente
Luz da transmissão acesa no painel
Falha em sensores de pressão ou temperatura do câmbio
Verificação por scanner e substituição dos sensores
Engates bruscos ao reduzir marcha
Desgaste do conjunto do conversor de torque
Troca do conversor de torque e reprogramação da ECU
❓ FAQ – Perguntas Frequentes sobre os problemas no câmbio automático Hyundai/Kia A6MF
1. Quais veículos utilizam o câmbio automático A6MF?
Modelos como Hyundai Santa Fe, Tucson, ix35, Veloster, Veracruz, Creta, e Kia Sportage, Sorento e Cerato com motorização entre 2.0 e 3.5L, geralmente fabricados entre 2012 e 2020.
2. O que causa os trancos ao trocar as marchas nesse câmbio?
Os trancos são causados, principalmente, por desgaste de discos internos, falhas no corpo de válvulas ou fluido contaminado, comprometendo a pressão hidráulica e o funcionamento do sistema.
3. É normal o câmbio automático perder fluido com o tempo?
Não. Vazamentos são anormais e geralmente ocorrem devido a falha no retentor da bomba de óleo ou desgaste da bucha. A perda de fluido pode danificar rapidamente a transmissão.
4. É possível trocar apenas o retentor da bomba de óleo?
Embora possível, a troca isolada do retentor é paliativa. O ideal é substituir a bomba de óleo completa, já que o desgaste da bucha pode comprometer novamente a vedação.
5. Qual é o fluido correto para esse tipo de câmbio?
Utilize o fluido ATF SP-IV ou o equivalente homologado pelo fabricante. Usar fluido incorreto pode provocar mau funcionamento e falhas graves na transmissão.
6. A caixa A6MF tem recall ou campanhas conhecidas?
Até o momento, não há recall oficial massivo, mas há inúmeros relatos técnicos e reclamações sobre falhas recorrentes, o que faz com que oficinas especializadas tratem o problema como crônico.
7. Posso continuar dirigindo se a luz do câmbio acender no painel?
Não é recomendável. A luz indica falha grave e, ao continuar rodando, o problema pode se agravar, levando à necessidade de substituição completa da transmissão.
8. Com quantos km devo trocar o fluido da transmissão A6MF?
A recomendação mais segura é realizar a troca preventiva a cada 50.000 km, mesmo que o manual diga ser “fluido vitalício”, especialmente em uso severo.
9. É possível evitar os problemas mais graves nessa transmissão?
Sim. Com manutenção preventiva, uso do fluido correto, diagnóstico eletrônico regular e troca da bomba de óleo ao menor sinal de vazamento, é possível prolongar a vida útil do câmbio.
10. A retífica da A6MF é confiável?
Sim, desde que feita por oficina especializada, com troca de todos os componentes internos danificados, uso de peças de qualidade e reaperto correto dos parafusos internos com trava química.
Manutenção preventiva no câmbio automático Hyundai e Kia com transmissão A6MF evita falhas graves e altos custos de reparo
Se você possui um Hyundai ou Kia com câmbio automático de 6 marchas A6MF e identificou sintomas como trancos, dificuldade de engate ou vazamentos de fluido, não adie a verificação técnica especializada. A manutenção preventiva, quando feita por profissionais qualificados, pode evitar a necessidade de substituição da transmissão e garantir maior durabilidade ao conjunto.
A substituição da bomba de óleo, correção estrutural da placa do tambor e uso de peças originais são essenciais para restaurar o funcionamento ideal da transmissão. Conte com oficinas capacitadas e equipamentos de diagnóstico avançado para garantir segurança e economia no seu veículo.
Em caso de dúvidas ou mais informações sobre a manutenção do câmbio automático de veículos Hyundai e Kia:
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